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Holanda se move além dos tamancos – a função da inteligência entre países

As relações comerciais entre países sempre foi um tema que me despertou curiosidade. Se pararmos para analisar, observaremos que desde o final da Segunda Guerra, o processo de mundialização se intensificou, devido aos avanços das relações comerciais. A necessidade de reconstrução econômica levou os países a desenvolver novos eixos de exportações e importações, além de aprimorar os já existentes. A própria guerra havia demonstrado a intensidade da interdependência mundial, e essa mesma consciência foi a responsável pela criação da ONU.

O comércio internacional é a principal fonte de divisas para um país, e o objetivo é manter a balança comercial favorável, ou seja, exportar mais do que importar.

O mesmo se aplica à chamada balança de pagamentos, um indicador mais abrangente que a balança comercial, pois, além das trocas comerciais, envolve a troca internacional de serviços, como empréstimos e pagamento de royalties, que são os direitos sobre o uso de marcas.

As grandes empresas, principalmente as transnacionais, necessitam de espaços cada vez maiores, pelos quais possam circular livremente bens, serviços e capitais.

Existem muitas formas de internacionalização. Além da exportação simples – direta ou indireta – outra forma de internacionalização de empresas é o investimento direto de capital em outros países ou a parceria com investidores estrangeiros para a captação de recursos. Trata-se do Investimento Estrangeiro Direto – IED, que pode ser de dois tipos: empréstimos intercompanhias e participação no capital.

Os empréstimos intercompanhias compreendem os créditos concedidos pelas matrizes sediadas no exterior e suas subsidiárias, ou filiais, estabelecidas no país. A participação no capital compreende os ingressos de recursos relacionados com a aquisição, subscrição, aumento de capital, total ou parcial, do capital social de empresas residentes. Aqui estão incluídas as modalidades de Joint Venture, Venture Capital e Private Equity.

As recentes mudanças do comércio internacional sob os moldes da globalização têm alguns aspectos que merecem destaque: Um deles é o fato de que os países em desenvolvimento, tradicionalmente exportadores de matérias-primas, estão buscando ou, pelo menos, tentado investir mais nos manufaturados.

Outro aspecto é a formação de alianças entre alguns países para facilitar o trânsito de mercadorias.

Um terceiro fato é o aumento do volume de trocas resultante da queda de barreiras políticas. Também merece análise a constatação de que nem todas as regiões do mundo se beneficiam igualmente deste comércio internacional.

No atual contexto de grandes transformações – aumento do volume de transações comerciais, aceleração tecnológica e importância do investimento em pesquisa, desenvolvimento e educação, o contraste entre as economias em desenvolvimento exportadoras preferencialmente de matérias-primas e aquelas que exportam grande quantidade de manufaturados se torna ainda mais visível.

A divisão internacional do trabalho tende a se modificar nos próximos anos, sob a influência de fatores como: abertura ao mercado internacional, com a eliminação de barreiras protecionistas, distribuição internacional do trabalho especializado, capacidade de investimento em infraestrutura e avanço das inovações tecnológicas – com a queda dos custos de comunicações.

A FUNÇÃO DE INTELIGÊNCIA CONECTANDO AS RELAÇÕES ENTRE PAÍSES

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E qual seria a relação da função de inteligência neste sentido? Temos tido a oportunidade de trabalhar com muitas empresas multinacionais, agências, consulados, câmaras de comércio e associações que promovem a internacionalização, as relações e entrada em novos mercados.

A função da inteligência neste sentido atua para promover os produtos e serviços de países no exterior e busca principalmente atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos de suas economias.

A prática da inteligência em vários mercados internacionais é claramente impactada pelo contexto cultural de coleta e análise de informações.

  • Portanto, um dos ingredientes chaves para conduzir com êxito uma função de inteligência globalmente é a capacidade de compreender a cultura local e as práticas de negócios e, em seguida, integrar esse conhecimento nas estratégias contemporâneas da inteligência.

À medida que as empresas se expandem globalmente, é imperativo que a função da inteligência seja conduzida através de fronteiras e culturas nacionais.  

Possuir a complexidade das práticas interculturais da inteligência é fator crítico de sucesso. 

  • Muitas vezes as empresas falham em sua entrada em mercados estrangeiros. Isto deve-se ao mal entendimento e à má compreensão do ambiente cultural, social e político dos países.

Como fatores culturais têm uma grande influência sobre a coleta, análise e resultado de qualquer solução de inteligência, as empresas que fazem negócios internacionais devem ter um programa de inteligência culturalmente consciente.

Os gestores globais precisam da inteligência para ter sucesso nos mercados externos. Na maioria das vezes, esses executivos usam as mesmas práticas de inteligência que estão sendo usadas em seus mercados domésticos.

Há espaço para uma boa abordagem através da qual eles poderiam desenvolver uma consciência multicultural que esteja alinhada a um programa de inteligência em sua empresa.

O CASO HOLANDÊS

Fechando o nosso texto, peço para que faça uma pequena reflexão. Imaginem que um país Europeu que tenha uma embaixada estabelecida e forte histórico de relações comerciais com o Brasil tenha como uma das missões apoiar o desenvolvimento e de oportunidades e troca de conhecimento entre países, temas como inovação, tecnologia e ciência.

Imaginem ainda que a temática sobre o envelhecimento ativo seja alvo de estudos, e mapear iniciativas de envelhecimento ativo no Brasil esteja dentro do escopo de trabalho. Imaginem ainda o desafio de identificar os maiores players e rede de relacionamento nos seguintes setores: Setor Privado, Sociedade Civil, Iniciativas em Pesquisa e Desenvolvimento e Polos de Tecnologia e Inovação.

A função da inteligência apoiando o mapeamento de Oportunidade de Inovação, Negócios e Parcerias, teria os seguintes desafios:

  1. Identificar desafios e oportunidades para colaboração internacional entre países.
  2. Identificar novos negócios e mercados. Foco em temas que tratam de personal health records, telemedicine, e-health/ e-diagnostics e home care.
  3. Entender como funciona o ecossistema no RJ e SP em torno do tema envelhecimento ativo e longevidade buscando a geração de parcerias e negócios entre países.
  4. Buscar dar um maior entendimento sobre a dinâmica do mercado de saúde para envelhecimento ativo, segmentos promissores, investimentos empresariais, tendências, oportunidades e direcionamento comercial em mercados.
  5. Identificar oportunidades de parcerias com empresas a serem alvo de ação comercial pelos países, contendo uma visão completa sobre os possíveis parceiros nestas regiões no tema de envelhecimento ativo.

São muitos temas e desafios interessantes que uma função de inteligência pode apoiar quando tratamos de questões semelhantes e correlatas. A mudança demográfica é um tema que trata de megatendências. Buscar questionar o mundo de hoje, tentando construir as pontes e caminhos para o amanhã é uma nobre missão.

Nunca foi tão importante entender as mudanças do mundo. Ter conhecimento continua a ser o melhor jeito de encarar o futuro. Talvez o domínio do saber não permita adivinhar o amanhã, mas ajuda a formular – e questionar – as melhores perguntas.

Os nossos amigos estrangeiros já estão formulando diversas perguntas. Como você do setor, está formulando os seus questionamentos e construindo o futuro?

É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.

Grande abraço,

Nícolas Yamagata

nicolas.yamagata@intelligencehub.com.br I http://www.intelligencehub.com.br

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